Ana Paula Valadão é destaque no jornal Tribuna do Norte




Antes de começar a entrevista coletiva ela faz uma oração com todos os jornalistas. Logo se vê que ali não se trata de uma artista comum. Quando chega para entrevista exclusiva com a TRIBUNA DO NORTE, a oração não se repete, mas um gestual muito peculiar de agradecer chama atenção. Ana Paula Valadão, a líder do grupo Diante do Trono, é considerada hoje uma das principais cantoras do mundo gospel. Mas, nem por isso, traz demonstração da soberba da fama. Pelo contrário, fala com tranquilidade, demonstra simpatia e é atenciosa com o espectador.
Confessa que, exatamente por ter se tornado essa referência, há “coisas que não consegue fazer”. “Mas o que eu consegui foi tanto para estar me queixando de pequenas coisas”, comenta a cantora, que gravou em Natal seu novo DVD “Sol da Justiça”. E o que não consegue fazer? Ela cita um exemplo simples: numa ida ao supermercado, está apressada, precisando chegar em casa, mas logo se depara com alguém que quer conversar com a cantora. Ana Paula afirma que não pode reclamar afirma “as renúncias são muito pequenas diante de uma causa muito maior”. O grupo Diante do Trono chama atenção pelas milhares de pessoas que consegue reunir nos shows. Aliás, algumas apresentações já foram milhões de espectadores. Liderado por Ana Paula e com canções de própria autoria dela, uma característica é congregar não apenas evangélicos, mas também pessoas de outras religiões. “Você falar de fé, falar de Deus, é diferente de você cantar sobre qualquer outra coisa. Você pode simplesmente brincar de um teatro, de assumir um papel de um personagem. Mas na nossa música não. Na nossa música tem que realmente encarnar o seu estilo de vida aquilo que você está cantando. As pessoas têm visto isso em nós”, afirma Ana Paula Valadão.
Em todas as perguntas dessa entrevista ela deixou transparecer muita religiosidade, falou de Deus, da fé e de como vê o próprio ser humano. “Acredito que o povo brasileiro em geral está em busca de Deus. Nós não estamos satisfeitos só com o que enxergamos, mas a cultura brasileira nos leva a acreditar em algo a mais, algo sobrenatural, não apenas natural”, completa. A convidada de hoje do 3 por 4 é uma pessoa que encanta no trato, atenciosa no falar, atenta no olhar, simples no gestual, com vocês Ana Paula Valadão:
Perfil
Ana Paula Machado Valadão Bessa, 35 anos, é uma das principais cantoras gospel do mundo. Líder do grupo Diante do Trono, Ana Paula já reuniu mais de 1 milhão de pessoas em uma única apresentação. Ela é filha do pastor Márcio Valadão que funcionou a Igreja Batista de Lagoinha, em Minas Gerais. Ana Paula enveredou pela música participando de grupos infantis. Hoje não apenas interpreta, como também compõe.
A cantora chegou a cursar Direito, mas desistiu antes de concluir.
Detalhes
O que está por trás da sua música: uma busca por Deus
Qual sua grande crença: a pessoa de Jesus Cristo
Sonho: ver o Brasil transformado pelo amor de Deus.
Atuar com um público segmentado como os evangélicos torna a sua carreira mais fácil?
Eu acho que é mais difícil porque você tem muitas novas bandas surgindo e seu público é restrito. Mas o que eu acredito que tenha acontecido com o Diante do Trono é não por mérito nosso, mas porque acreditamos mesmo que é a Graça de Deus, a força de Deus que nos mantém de pé. Na nossa música o que as pessoas estão buscando é credibilidade. As pessoas estão buscando quem cante o que vive. Você falar de fé, falar de Deus, é diferente de você cantar sobre qualquer outra coisa. Você pode simplesmente brincar de um teatro, de assumir um papel de um personagem. Mas na nossa música não. Na nossa música tem que realmente encarnar o seu estilo de vida aquilo que você está cantando. As pessoas têm visto isso em nós. As pessoas têm visto essa sinceridade, essa realidade na nossa vida. Acho que isso é o que tem feito ao longo de 14 anos nossa música continue sendo buscada pelas pessoas.
Chama atenção o fato do Diante do Trono ser um grupo evangélico, mas congregar pessoas de outras religiões cantando as canções. A que você credita isso?
Acredito que o povo brasileiro em geral está em busca de Deus. Nós não estamos satisfeitos só com o que enxergamos, mas a cultura brasileira nos leva a acreditar em algo a mais, algo sobrenatural, não apenas natural. Nossa música ajuda as pessoas a terem um contato com Deus, que não prega o nome de uma igreja, mas que ajuda as pessoas na sua casa, no seu dia-dia a terem esse encontro com o místico. Isso faz com que ela (a  música) entre em contato em qualquer lar, em qualquer vida, com qualquer pessoa, mesmo uma que nunca tenha entrado numa igreja evangélica.
O Diante do Trono conseguiu levar milhões de pessoas já para suas apresentações. Onde estaria o segredo?
Eu realmente acredito que é Deus quem traz as pessoas. Eu realmente acredito que o sucesso de uma organização é Deus quem pode trazer. Eu vejo isso como o resultado de algo que está agradando a Ele. Eu oro, eu peço a Ele. E digo que não é porque nós somos conhecidos, que o palco está sendo montado ali, não é por isso que as pessoas vão chegar. Quando elas chegam eu fico muito feliz. Tem uma história boa sobre isso. Em Brasília fizemos um DVD bem na Esplanada dos Ministérios. O espaço é muito grande e nunca havia sido montado um palco ali. 15 dias antes da gravação o Brasil ganhou a Copa do Mundo de 2002. 500 mil pessoas receberam os jogadores. E enquanto assistia eu comecei a orar pedindo para Jesus honrar o seu nome, dizendo que a festa que a gente preparava era muito maior do que o meu nome, eu dizia: “o Senhor é muito mais importante do que  a bola de futebol”. E no dia da apresentação ficava vendo as pessoas chegarem, durante o evento chegou a notícia de que lá havia 1 milhão e 200 mil pessoas. Aquilo foi uma surpresa e uma vitória para o que a gente quer.
Você também compõe música. Qual o melhor momento para compor?
Os momentos de dor, os momentos de conflito são os mais inspiradores. A nossa música é uma oração cantada. Então quando eu sinto, na minha pele, a dor de uma perda, a dor de um momento difícil, a dor de uma crise, aquilo me leva para buscar mais a Deus e eu consigo orar cantando. Isso é muito interessante porque as pessoas se identificam muito com minha música porque elas podem aplicar a mesma oração nas mais diversas situações das suas vidas. Eu li uma vez em um livro que os cisnes cantam mais belamente quando sofrem. Eu também me inspiro não só com os meus conflitos, mas com as dores da sociedade. Eu assistindo os desabamentos no Rio de Janeiro Deus me deu uma canção. Quando eu estava também tentando engravidar, eu lembro que as lágrimas renderam canções lindas. Gosto muito de ler biografias e aquilo me inspira. O testemunho de alguém me leva a compor. Mas eu não componho só música triste não, só música de oração pedindo benção. Eu também componho muitas orações de gratidão, para agradecer quantas coisas boas que Deus tem feito por nós.
O fato de você compor expõe um pouco da sua privacidade, já que retrata um estado de espírito ou de conflito seu.
Geralmente eu acabo expondo porque as pessoas me perguntam a história da música.
Isso não incomoda?
Acredito que eu encarnei mesmo a minha missão.  Para mim é um privilégio poder contar a história por trás da música. Como disse, acredito que na nossa música evangélica as pessoas estão procurando mesmo alguém que viva o que está cantando. As pessoas vêem que a nossa música não foi para vender muito. Aliás, eu nunca fiz uma música assim (pensando em vender muito).
Mas você consegue viver o que você canta, o que você prega?
Claro. Plenamente eu posso dizer que nem o apóstolo Paulo, que disse “não julgo já ter alcançado, mas eu caminho para o alvo”. Essa sinceridade as pessoas podem ver em mim, eu sou uma crente que luta contra o pecado, crente que luta contra  minha própria vontade e carrego minha cruz todos os dias. A minha cruz é nossa vontade quando ela cruza com a vontade de Deus e eu escolho a vontade de Deus para minha vida. Acredito que nessa minha luta as pessoas se inspiram.
O fato de você cantar músicas religiosas e ter se tornado referência para as pessoas lhe traz um peso e você, como disse há pouco, “não consegue fazer o que queria”?
Sim, com certeza. É uma renúncia que eu tenho que fazer por causa da minha missão. Existem coisas que eu não faço por causa da minha missão mesmo.
O que você mais gostaria de fazer e não faz por conta da sua “missão”?
É tão difícil responder. Mas vou colocar uma coisa que eu gostaria de fazer. Vou colocar algo tão pequeno, minhas renúncias são pequenas, a causa é tão maior. Mas, por exemplo, as vezes não estou a fim de conversar com as pessoas. As vezes estou no supermercado, tenho hora, tenho que voltar para casa e alguém me para e vem conversar comigo. Puxa, eu quero dar atenção aquela pessoa porque ela está vindo falar para mim de algo tão importante para ela, como uma música ajudou no relacionamento em casa com o marido, ajudou a perdoar. Quer dizer aquilo é tão importante e eu preocupada com minha vida. Mas as vezes isso cansa. Mas a missão é tão maior, a causa é maior que aí minhas renúncias ficam muito pequenas.
Você chegou a estudar Direito, mas parou. Pensa em retornar?
Não. Meu marido é um estudioso, ama estudar, é advogado, teólogo. Eu já não tenho muita paciência para rotina. Eu acho que o estudo ele demanda a disciplina, rotina. Eu sou muito criativa, gosto de em cada dia estar fazendo uma coisa. O que me motiva a fazer exercício para minha voz é a paixão pelo canto porque eu não tenho essa disciplina de uma rotina.
O que esperar do “Sol da Justiça”, seu novo CD e DVD?
Além de cada canção ser uma canção nova, a gente vai estar homenageando o povo nordestino, tem o forró, a sanfona. No Rio fizemos um samba canção, na Bahia um axé, em São Paulo eletrônica, em Natal é o forró e é homenagem a esse povo que nos recebe com tanto calor.
Fonte: Tribuna do Norte/

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